sábado, 12 de octubre de 2013

Con los ojos más atentos

"Quando Vladimir visitou sua mãe em Praga, ´havia sempre aquela aflição inicial que se sente justamente antes que o tempo, apanhado de surpresa, de novo ponha sua máscara de familiaridade´. Mesmo ela estava murchando até a desaparição. Tempos atrás, no entanto, Elena Ivanovna tinha ensinado ao filho um segredo, como se na expectativa de uma perda iminente. Ela o tinha ensinado a observar com os mais atentos olhos, e lembrar-se. (...) ´Assim, de alguma forma, herdei um extraordinário simulacro - a beleza de um bem intangível, uma propriedade irreal - e isso provou ser um treino esplêndido para enfrentar a duração de futuras perdas´. (...)
"Não havia retorno. Vladimir Nabokov nunca mais voltou, assim como meu próprio pai nunca voltará. ´Agora é outro lugar´, ele continua me dizendo. Mas sei que ainda sonha, em noites de sono profundo, com platôs varridos pelos ventos, framboesas silvestres e passeios a cavalo sem sela.
Através dos abismos transparentes de nossas vidas, voltamos a cabeça para trás em busca do passado. E, já que não podemos ver tudo com tanta clareza, imaginamos novos mastros e velas agitando-se brandamente por sobre as águas. Em silêncio, a memória ofusca o passado e cintila sozinha."
                              Lila Azam Zanganeh, O encantador Nabokov e a felicidade



La lectura de este libro me ha traído como un viento, un soplo de tantas cosas que de algún modo yo ya he sentido. Y algunas ideas nuevas o ráfagas de luz que me acompañarán siempre, como un conjuro contra la pérdida o la fugacidad de las cosas, un consuelo luminoso contra el desarraigo, un mantra, casi un credo: observar con los ojos más atentos y acordarse. Y llevarlo consigo. Y seguir yendo. Dejar que la memoria destelle sola. Así mejor y bien acompañada.

No hay comentarios:

Publicar un comentario